“Escrever é trazer ao de cima a criança que há em mim”

Helena M. publicou o primeiro livro – “No reino encantado da amizade” – em 2014, pela Capital Books e tem-se desdobrado em apresentações junto dos miúdos. Enquanto prepara um novo título, conversamos com esta autora, que faz das histórias infantis a sua praia. Até ao dia em que se atrever a escrever também para os mais crescidos.

Helena M.

Escrever para crianças é mais fácil ou mais difícil do que escrever para adultos?

Sou suspeita para falar, mas acho mais fácil para crianças. Porque, pelo menos eu, ao escrever para adultos, tenho que colocar no papel sentimentos muito meus, mesmo que a história seja ficção. E talvez isso seja um pouco desgastante. E para crianças não, é só trazer ao de cima a criança que há em mim, que só quer brincar e ser feliz, sem angústias e sem medos! E deixar a imaginação fazer o resto.

Como é que os miúdos reagem quando te ouvem a contar as tuas histórias?

Enchem-me de perguntas! Mas é muito engraçado! “Porque é que a borboleta tem um chapéu? Porque é que a lagarta vive numa maçã?” Gosto muito de responder e puxar pela imaginação deles.

Como é o teu processo de escrita?

Escrevo sempre primeiro à mão. Não consigo deixar este hábito, sou da velha guarda. Só quando está pronto, é que passo para computador. Começo por muitos, muitos rascunhos. Primeiro, estabeleço as personagens e os seus nomes e a partir daí vou desenrolando a história. Mas as primeiras folhas são sempre muito riscadas, porque acontece-me muita vez pensar que ía seguir numa direção e depois, conforme vou escrevendo, novas ideias vão surgindo e quando na minha humilde opinião são melhores, volto atrás, risco, retifico e começo de novo.

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